Thursday, June 29, 2006

UBU, UBU REI, UBU FILMEI!!!!!!!!!!

Isso aqui é só um toque cru, curto e direto que estou dando pro pessoal que reclama que não acha filmes raros na internet:
Clica aqui:
e seja feliz.
Esse site tem muita coisa boa prá baixar, numa passada de olho bem rápida já deu prá ver que tem os filmes da dupla Balch-Burroughs, os curtas do Valerian Borowczyk, os filmes do Guy Debord, filmes do movimento Fluxus, Beth B. , Jack Smith, Kurt Kren e Otto Müehl, curtas do Buñuel, Genet, Man Ray e muitos outros.
Já tenho na minha coleção muitos desses filmes, mas mesmo um cara como eu que coleciono esse tipo de filmes à mais de dez anos, encontrei uma cacetada de títulos que finalmente vou poder conferir com meus próprios olhos.
Deixa de ser vagabundo e baixa os filmes.
(Meus agradecimentos aos Daniel Salomão Roque pelo toque do link prá esse site).

Friday, June 23, 2006

ABORDAGEM DE UM MUNDO VIRADO DE COSTAS


Participei do primeiro FESTIVAL INDIVIDUAL EM BANCO DE PRAÇA PARA RE-ARRANJAR AS IDÉIAS e agora segue um pequeno resumo dos eventos ocorridos antes do dia 27 de julho, que homenageia todos os humanos verdes ou pintados de verde, chegar:
O delírio individual era porque estava imaginando como seria delicioso se Pasífae (a filha do Sol) fosse transar novamente com um touro branco e viesse a luz Astério fêmea, agora com quatro tetas no lugar do saco e duas tetas no peito.
E acabei concordando com o Dr. Charles Henry Maye que se empenhou em estabelecer de forma exata de que é feito o homem e qual é seu valor químico. Eis os resultados de suas sábias pesquisas (já publicadas na revista "Documents"): "A gordura de um corpo humano de constituição normal seria suficiente para fabricar sete porções de sabonete. Encontram-se no seu organismo quantidades suficientes de ferro para fabricar um prego de espessura média e de açucar para adoçar uma xícara de café. O fósforo daria para 2.200 palitos de fósforo (mas a madeira não seria adquirida do corpo humano). O magnésio forneceria matéria para se tirar uma fotografia. Ainda um pouco de potássio e de enxofre, mas em quantidade inutilizável. Essas diversas matérias-primas, avaliadas na moeda corrente, representam uma soma em torno de 25 francos".
Annie Le Brun disse ao ler isso rabiscado em meus olhos: "O homem nada mais é que uma engrenagem do nada".
"Os animais são encantadores porque estão despidos, interiormente também" , exclamou Hugnet.
E concluí de forma silenciosa um pensamento que afirmava: "Um cálculo baseado em cifras bastante moderadas mostra que a quantidade anual de sangue derramada nos matadouros de Chicago é mais que suficiente para permitir com que cinco grandes transatlânticos possam flutuar".
Um grande MUUUUUUUUUUU não foi pensado mas dito de forma clara e bem pronunciada. Me calei e dei por encerrada o Festival.

Thursday, June 22, 2006

Loucos e mais Loucos, quem aguenta née!!!??

iae, blza? então eu iria comentar este último post do Petter, mas sei que como ninguém lê a merda dos comments ali embaixo , vou comentar aqui mesmo....
fico legal mesmo esse último post, gostei....e se tudo der certo, o que o Petter tem preguiça de fazer a namorada dele aqui vai fazer.. é , aquele negócio sabe, de arranjar grana $$$$$$$$, money mesmo, pra fazer as porras que ele faz, mais porras ainda!!!...nem que seja só pra dar risada, mas seria bom tbm, eu não ficaria triste se retornasse uma grana
vou trabalha duro só pra poder ver as merdas que ele fica fazendo hauahaiuha e fica enxendo o saco e encomodando durante as filmagens haha
e aprender como fazer coisas nada endireitadas.
e isso aee, e Vivaaa a Caniballllll Filmess!! e Vivaaa Baiestorf!!!! o cara mais vagabundo que já conheci auihauiha

Friday, June 16, 2006

DIÁLOGOS DE BAIESTORF: FILMES DE SANGUEIRA E MULHER PELADA


ADVERTÊNCIA:
O próximo filme possui cenas desagradáveis de sexo, violência, palavrões e nojentice.

ROOL INICIAL: Desde 1992, um canibal cinematográfico vem assustando a pacata cidade de Palmitos, Santa Catarina, com golpes de VHS, machadadas e outros requintes de qualidade. O facínora atende pelo estranho nome de...

PETTER BAIESTORF

CASELLI – Petter Baiestorf é uma lenda dentro cinema alternativo brasileiro. É um cara inacreditável e vamos agora tentar falar com a figura.

CASELLI – é contigo mesmo.
BAIESTORF – Peraí, cara.
CASELLI – Esse aqui é o Capitão Presença... E esse é o Petter Baiestorf.

CURTA O CURTA APRESENTA...

CASELLI – Apresente-se.
BAIESTORF – Baiestorf e faço filmes de sangueira e mulher pelada.

CASELLI – quantos mais ou menos?
BAIESTORF – Cara, um monte. Tem mais de cem.

CASELLI – Você faz esde quando?
BAIESTORF – 1992.

CASELLI – Foi quando você ganhou a sua primeira VHS?
BAIESTORF – Não, foi quando eu pegava emprestada do pastor da cidade.
CASELLI – Do pastor da cidade?

CRÉDITOS

CASELLI – Onde é que a gente estava mesmo? Tu pegou a câmera do pastor...
BAIESTORF – Acho que foi daí, cara... Tava no começo.
CASELLI – Fala e aí?... Sua carreira...
BAIESTORF – Ah, sim, é verdade, é verdade...

CASELLI – Qual filme você fez com o pastor?
BAIESTORF – Acho que foi o primeiro inclusive... “Criaturas Hediondas”...
BAIESTORF – Depois da câmera do pastor, eu tive a sorte ou infelicidade, não sei do quê... Não sei se é sorte ou infelicidade... Foda-se... No Brasil em 94, 95 por aí, virou que trash era o filme da moda... Tu te lembra disso?
CASELLI – Lembro, lembro, lembro.
BAIESTORF – E tudo que é otário da classe média precisa ter o seu trash de estimação em casa. E coincidentemente aconteceu que o “Monstro Legume do Espaço”, que foi o quarto filme que eu fiz, era esse filme do momento.

BAIESTORF – então foda-se. Deixa os cara mandar dinheiro pra mim... e eu fiz o “Eles comem a sua carne”. Que não vendeu nada.
CASELLI – Aí fudeu tudo?
BAIESTORF – Não, daí eu comecei fazer sexplotation. Pensei assim: já que eu não ganho dinheiro, vou pela mulherada, que também dá prazer. Daí eu fiz o
“Caquinha Superstar a Go Go”
MÚSICA – Caquinha é nosso rei!
BAIESTORF –
que a gente teve a brilhante idéia em lançar mil CDs com a trilha sonora.
MÚSICA – Caquinha é nosso rei!
BAIESTORF –
... Que até hoje eu tenho eles encalhados em casa. Daí, como eu não aprendo, eu fiz o “Blerghhh!!!”. As pessoas não entenderam as minhas piadas intelectuais sobre a esquerda, sobre as pessoas que foram torturadas... Eu fui taxado de fascista por nessa porra!
CASELLI – E...
BAIESTORF – Daí como eu não aprendo mesmo, eu fiz o “Super Chacrinha e seu Amigo Ultra-Shit em Crise Vs. Deus e o Diabo na Terra de Glauber Rocha”, que é um filme de 2h... completamente experimental, alinear, com uma história que critica os conglomerados industriais e suas alianças malignas para trazer o demônio de volta a Terra, aquele negócio todo. Daí eu fiz dois negócios mais tipo pornô, que foi o “Gore Gore Gays”, onde eu como a bunda do Souza

Legenda: Esse é o Souza

BAIESTORF – E, logo em seguida, eu fiz o “Sacanagens Bestiais dos Arcanjos Fálicos”, onde a gente colocou uma vela enfiada na bunda de um milico...

PERSONAGEM DO FILME – Quando te enfiam o pau no rabo pela primeira vez, aquilo dói. Na segunda vez, dói, mas já entra melhor. Agora, se te enfiarem o pau no rabo pela terceira vez... Ah, meu amigo. Não tem mais volta. Tu acaba virando uma bicha desgraçada.

BAIESTORF – ... Que ficou bacana.

PERSONAGEM DO FILME – Eu tive sorte. Só enfiaram no meu duas vezes!!!!

BAIESTORF – E aí, nesse meio tempo, como a gente precisava de uns curtas pra fazer um grau com a mulherada, a gente fez o “Boi Bom” e o “Deus, O Matador de Sementinha”, que foram outros dois filmes que só deram merda. E daí, a gente fez um filme que deu dinheiro pra caralho, que foi o “Zombio”. Daí endireitamos um pouco as finanças.
GURCIUS – Tu ia falar que um dos filmes que tu menos gosta...
BAIESTORF – Ah, é verdade, eu odeio esse filme.
CASELLI – Por quê?
BAIESTORF – Cara, porque eu tava muito preguiçoso, eu fiz ele direito. Não parece filme meu, cara. Tá tudo direito. A luz tá direita, a maquiagem tá direita, a narrativa tá direito, a edição tá direita... O público gostou, cara! Não tem a minha marca. Daí eu e o César se separamos. Daí a gente...
MACEDUSS – Acabou o namoro.
BAIESTORF – Não, que fique claro, a parceria de sociedade de cada um investe a metade.
GURCIUS – Namoro.
BAIESTORF – Namoro é o caralho. Onde eu parei... Daí eu fiz o "RAIVA", que também deu um dinheiro. E fiz o "CERVEJA ATÔMICA", que ele é um dos atores.
GURCIUS – Eu faço o papel de um padre possuído pelo amor.
BAIESTORF – Pastor evangélico.
GURCIUS – Isso. É.
BAIESTORF – Um pastor evangélico que tem um discurso especial. Porque eu faço bastantes filmes religiosos...
TÍTULO DO FILME: ÓPIO DO POVO
BAIESTORF –
E essas coisas do gênero. Daí agora eu só tou fazendo curtas pra ganhar dinheiro aí dos caras aí...
CASELLI – Do festival?
BAIESTORF – é, do festival....


PETTER E A FAMA

CASELLI – Eu queria que os testemunhas oculares aqui falassem um pouco de como o Petter é conhecido em Palmitos.
GURCIUS – Ah, em Palmito ele é um cara amado. A única fez que eu visitei Palmitos ele cumprimentava todos os donos de bar lá... e é uma cidade com mais de 200 e tantos bar e todo mundo gostava dele...
BAIESTORF – 264 bares.
GURCIUS – 264 bares… E teve uma pesquisa no jornal que ele ficou em segundo lugar e eu não me lembro agora qual foi a pergunta...
BAIESTORF – Não, a pergunta era... “Qual é a coisa mais ‘agradável’ na tua opinião sobre a cidade?”
GURCIUS – Em primeiro ficou o puteiro...
BAIESTORF – Não, ficou as puta de rua, não era o puteiro... e nós ficamos em segundo lugar.
CASELLI – Nós quem?
BAIESTORF – Nós, a Canibal. Filmes.
CASELLI – Claro. A Canibal deve ser uma espécie de orgulho de Palmitos, porque eu só ouvi falar de Palmitos por causa de vocês.
BAIESTORF – Até vou contar uma coisa engraçada; há quatro anos atrás quando entrou os caras da Prefeitura nova, os caras vieram porque... Eu devo dar voto lá por algum motivo... Veio os caras e “Não, Baiestorf, vamos lá, a gente pra ti com um projeto no Estado; nós vamos conseguir uma grana”, aquele negócio todo... E eu falei: “Ah, não quero”. Daí ficou por isso mesmo.
CASELLI – Você botaria algum filme seu na Lei de Incentivo?
BAIESTORF – Cara, eu não perco tempo fazendo isso. Indo atrás, entendeu? Agora, se alguém fizesse pra mim e me desse liberdade total de eu fazer como eu quisesse, com um roteiro meu, com diálogos meus, com aquele negócio todo...

PERSONAGEM 1 – Ah, moço. Pode parecer estranho pro senhor. Alguém tar devorando o próprio braço...
PERSONAGEM 2 – Por mim, cara, tudo bem...

BAIESTORF – Por que não, tão dando tanto dinheiro pra filho da puta, então dá um dinheiro pra mim que sou um cara honesto. Tu quer produzir algum filme meu assim pra mim, cara?
CASELLI – EU?!?!?!
MACEDUSS – Fora de Palmitos o Petter só problema. Eu em 96 já não era uma pessoa muito bem vista na escola, porque eu era piá ainda e tal... E aí quando todo mundo tava levando uns filmeszinho podre, eu resolvi levar o mais podre ainda, que foi o "BLERGHHH!!!!" pra passar na aula.

PERSONAGEM 1 – As minhas tripa são bonitas, parecem uma obra de arte....
PERSONAGEM 2 – Viu? Viu?... ah, ah... Basta ter... fé.

MACEDUSS – E aí, depois que passei esse filme, ninguém falou mais comigo na escola e tal...
BAIESTORF – Tem uma aqui na Universidade Católica de Porto Alegre. Eles passaram o GORE GORE GAYS e tinha três caras que estavam organizando. E os três ganharam cada um uma semana de suspensão cada um por terem exibido o GORE GORE GAYS na Universidade Católica... Foi um negócio que eu achei bacana... Eu me orgulho...
CASELLI – Dentro das suas posições religiosas, você deve sentir um orgulho desse tipo de coisa, né?
BAIESTORF – Olha, só vou sentir mais orgulho, no dia que me acontecer da Igreja me der um prêmio equivocado...
GURCIUS – Prêmio Nobel da Paz?
BAIESTORF – Não, que nem eles deram pro VIA LÁCTEA do Buñuel... (risos) Daí eu vou dizer assim: “Bah, eu tou no caminho certo!” (risos).


FILOSOFIA E ARTE

BAIESTORF (na tela do cinema) – Depois que inventaram o diploma, quem não tem talento para outra profissão faz teologia!
CASELLI – Ô, Petter, como é que tu vive, cara? Tu vive de quê?
BAIESTORF – Eu tenho uma locadora.
MACEDUSS – É por isso que você odeia tanto o Quentin Tarantino?
CASELLI – Você odeia o Quentin Tarantino?
BAIESTORF – Não, eu gosto do Quentin Tarantino... Mas não que nem esses baba-ovo aí!
MACEDUSS – O problema são os fãs do Quentin Tarantino.
BAIESTORF – É que nem eu tava tendo uma discussão com ele antes, cara, eu gosto dos filmes do Glauber, cara, mas fã de Glauber tem que matar todos!
GURCIUS – Eu não vi nenhum filme do Glauber até hoje por causa dos fãs dele (risos). Eu peguei nojo, eu ainda não tomei coragem pra ver os filmes do Glauber Rocha... “Hã, eu adoro Glauber Rocha, Stanley Kubrick, não sei quê....”, nem pretendo ver por enquanto ainda porque é deprimente os fãs.
CASELLI – Você se amarra em videoarte?
BAIESTORF – Cara, eu gosto de videoarte, mas odeio os cara que fazem.
CASELLI – Qual é a sua opinião sobre o cinema brasileiro atual?
BAIESTORF – Cara, na verdade, eu gosto de muita pouca coisa. O último longa que eu assisti e que eu gostei pra caralho, que eu disse assim, “pô, filmão que eu gostaria de tar assistindo mais” foi “O Baile Perfumado”, e ele é 97. Agora, acabou. Tem o pessoal de curta, que tem um monte de curta legal, o pessoal de vídeo, que eu vou defender até a morte, que eu escrevi um livro defendendo isso, porque é um tipo de coisa que eu gosto, aquele negócio de câmera na mão, desfocado... Tudo bem, tem aquele negócio de que falam “ah, não tem que fazer um filme mais profissional, bonitinho”, concordo até, mas sem aquela falsa pretensão do caralho que os cara acham que... pô... eu vi muito carinha aí posando de banana aí, de “ó, porque meu filme....”, quando eu vi os filmes, pô, pior do que qualquer coisa que eu já fiz, cara!
CASELLI – Que mais que você queria fazer da sua vida, que você não fez ainda, em termos de filme... Quais são seus projetos novos, sei lá...
BAIESTORF – Cara, na verdade, eu nem vou mais fazer filme daqui a uns dias, porque eu quero me dedicar a escrever livro... e isso é uma coisa que eu levo um pouco mais a sério... Mas, o meu grande sonho é botar uma mochila nas costas e atravessar a América Latina pra lá e pra cá, cara, ficar na verdade fazendo um registro, não sei ainda se escrito ou visual ou algo do gênero...
CASELLI – As duas coisas!
BAIESTORF – ... sobre os artistas estranhos ou diferentes ou com uma abordagem diferente da América Latina toda, cara. Ah, envolvendo questões políticas, econômicas, sociais... toda uma série que tá ligada, cara, não tem como desligar, na verdade, essas coisas... A dominação católica desse continente... Por que, caralho, por exemplo, nesse continente só nós falamos português, que atrapalha pra caralho... Vou documentar esse negócio todo.
CASELLI – Fala do teu livro, cara. Pega lá teu livro. Cadê?
BAIESTORF – Mas não precisa mostrar o livro...
CASELLI – Não, vai lá... Quer segurar um pouco? Tá ligada, ein?
GURCIUS – aumhmf... umnfs...
BAIESTORF (segurando o livro MANIFESTO CANIBAL) – Um livro ricamente ilustrado sobre como se fazer filmes sem dinheiro no Brasil! Compre já o seu por apenas 14 reais, pelo telefone... ah, não, o telefone não me lembro... pela Av. Brasil 1129, Sala "A", centro, Palmitos, Santa Catarina, 89887-000! ou
baiestorf@yahoo.com.br e tudo que você queria saber sobre uma produção sem dinheiro estará aqui, ricamente ilustrado! (risos)


PETTER E SEUS AMIGUINHOS
CASELLI –
Você tá com um manifesto também, né?
MACEDUSS – Tou, mas não tenho cópia comigo.
CASELLI – Eu tenho aqui. Diga qual o seu nome.
MACEDUSS – Cara, eu sou o Daniel Maceduss, ou só Maceduss, pode ser, sei lá também... A história aqui são quatro páginas de xerox vagabundo, que nem eu me motivei a xerocar, foi o Petter quem xerocou pra mim...
BAIESTORF – Eu tou patrocinando isso aqui, cara!
MACEDUSS – Mas a história do manifesto é assim, tipo, qualquer um faz qualquer coisa, não precisa botar nome nem nada...Cada um copia isso aqui... quem quiser pegar manda, tem um e-mail aqui, depois tu pode botar aí, não sei como é que é...
CASELLI – Tá.
NA TELA:
macedusss_nao_existe@zipmail.com.br
MACEDUSS – Mas quem quiser pega, manda pra mim, ou eu mando, copia e assina o manifesto...Mas o ponto fundamental é a questão da destruição da arte. Tipo, a arte não tem patrocínio, a arte não tem dono e a arte não é nada. Então, acho que no fundo o único recado é esse, que eu não gosto de arte e tou um pouco recalcado e fiz esse manifesto aqui...
MACEDUSS – E só pra completar, na verdade, isso aqui é uma parte resumida do “68 manifestos contra 68”, que são uma coletânea de 15 manifestos... E tem o “Terrorismo Teórico”, que é pra distribuir nessas porcarias que tem de sarau, que as pessoas ficam lá “ai, poesia!”, não sei o quê, recitando...
CASELLI – Vocês concordam?
GURCIUS – Eu concordo. Eu acho que arte é uma porcaria... Isso é coisa de cara recalcado... Aliás, como diz o Manifesto Canibal, “qualidade é coisa de cara reprimido”... E desaprender é viver.
BAIESTORF – E, inclusive, só pra voltar ao Manifesto, lá tá onde que diz... o negócio das cópia, lá, de dono... tá: “fotocópias à vontade”.
MACEDUSS – Na verdade, a gente fez uma chacrinha aí e um fica plagiando o outro...
BAIESTORF – É, nós somos tudo farinha do mesmo saco.
GURCIUS – Eu queria dizer também que a gente toca n’Os Legais... Faz oito anos já e nenhum membro da banda aprendeu a tocar... então eu acho que esse negócio de tu aprender a tocar, aprender a filmar, aprender a escrever, é tudo mentira! Porque tu pode fazer a mesma coisa mesmo sem saber fazer elas.
CARTELA: ... E Gurcius Gewdner ganhou prêmio no CineEsquemaNovo!!!
MACEDUSS –
Cara, deixa de coçar essa bunda gorda ou bunda magra e vai fazer qualquer merda por aí. E se tu acha que é arte, cara, assina, ou nem assina, faz, sei lá, tipo, pega aquele poste ali e coloca teu nome...
BAIESTORF – ... Ou então faz como os últimos filmes que eu tou fazendo cara. Eu não tou mais botando a direção. Eu só tenho colocado assim: “filmado por uma turma de canibais”.
GURCIUS – Melhor do que aprender é fazer as coisas.

CARTELA: Porto Alegre – Rio de Janeiro – 2004
MÚSICA: Eu caí da ponte! Eu caí da ponte!

MACEDUSS – E já que ele falou que tem uma banda, eu também tenho, que é o Macedusss e os Cafajestes Desajustados...

CRÉDITO TRILHA SONORA

MACEDUSS – Que é só eu e eu contrato, contrato não, pego dois bêbados qualquer no dia do show...

CRÉDITO AGRADECIMENTOS

MACEDUSS –
E aí a gente toca... eu toco teclado, não sei tocar também...

CRÉDITO FILMES INSERIDOS

GURCIUS –
Eu tenho uma banda de monarco-dance agora também, que nós queremos trazer de vota os bons tempos da monarquia...

CRÉDITO NÃO SEI MAIS O QUE ESCREVER

GURCIUS – A banda se chama Os Súditos do Amor...
BAIESTORF – Corta! Corta! Isso aí tá muito ruim! Esse efeito tá muito ruim! Esse filme tá ficando muito ruim, cara! Tá, esquece, esquece! Eu quero um montão sangueira! Um montão de tripa! Tudo estouradão aqui, tá entendendo! É os figurante? Tu conseguiu uns figurante, cara? Agora vai ficar bonito, que os cara já tão maquiado! Maravilhoso! Maravilhoso! Vai filmando! Enquadra! Enquadra! Isso mesmo! Vai filmando, cara! Que cena maravilhosa! Que cena maravilhosa! Isso! Realismo! Esse é o mundo cão! Realismo! AAHHH!! AHH! Filma!! Filma!!! FILMAAA!!!!! AAAAHHHH!!!!!

CARTELA: Fim

Wednesday, June 14, 2006

O MONSTRO LEGUME DO ESPAÇO 2 - parte 2






Mais algumas fotos só prá despertar a curiosidade dos futuros compradores.