Saturday, May 20, 2006

6 & 7

6- O personagem Zé Do Caixão nunca foi um vilão propriamente dito, era um personagem que tinha convicções muito fortes, defendia as suas próprias ideologias, principalmente a religiosa. Você teve muitos problemas na época por ele ser Ateu, como foi a reação religiosa, na época, sobre a personagem Zé do Caixão ???

Mojica:
No início fui mais perseguido pelos padres do que qualquer outra pessoa, o que despertou interesse da ditadura em cair em cima de mim porque achava que eu ia contra os princípios religiosos. Eu era católico por formação, somente não freqüentava igrejas porque fiquei desiludido com passagens que aconteceram no passado, né, entrei em igreja prá seguir procissão mas porque cheguei atrasado padre queria me por prá fora com uma porrada de gente falando palavrão dentro da igreja, porra, em 1963 justamente no ano em que nasceria o Zé, fiquei doido da vida, então pensei: “Eu não venho mais...”. Se eu tenho na padroeira, não importa, eu tenho fé, eu acredito nela, pode não acontecer nada é o mesmo caso, o cara acredita num maço de cigarro e tem fé nisso pode acontecer alguma coisa. Não to dizendo que ela é a milagrosa e tudo isso, eu acredito nela, mas não quero que os outros acreditem.



7- O que é o verdadeiro Horror Nacional?

Mojica:
O Brasil é realmente um país esquisito. Como o pessoal fala lá fora o Brasil tem cara de bunda e bunda só solta merda então realmente é um terror, mas um terror em todos os sentidos, em tarados, temos tarados de todos os tipo imagináveis, o que chamariam de pedofilia aí com crianças, aí por este nordeste o que eles pega de crianças só prá mandar prá fora, e não mandam crianças só prá putaria, mandam prá fora prá tirar órgãos, eles compra as pessoas. Aqui existe o tráfico realmente de órgãos que é nojento, é um terror fantástico, até os médicos são corruptos, fazem o cara morrer prá doar as coisas, aí já entra nessa parte de corrupção e as drogas, daqui a pouco as drogas já estão dentro das creches com criança de 6, 7 meses colocando drogas dentro das mamadeiras, então, não é difícil se isso acontecer no Brasil. A violência é demais, você sai de casa e não sabe se volta. No Brasil se tira a vida até por dez reais, não há respeito pela vida humana. É doloroso. O político é o cara mais sem-vergonha que já apareceu, realmente ele acaba de te abraçar, você sai e diz “tomara que um raio caia na cabeça dele!”. O político não é amigo de ninguém, ele está acabando com o que era nosso maior tesouro, a humildade, a solidariedade, a irmandade. Ninguém mais tem isso, não é igual aquele que dizia “onde com um come dois!”, aqui agora é onde come um possivelmente só come meio. Não se convida ninguém prá comer. Aí esta realmente o terror que estamos enfrentando.

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